Naqueles dias em que acordas e reparas no hirto espaço que se vagueia a teu lado, num inoponivel ser que nao te sustenta e a quem nao podes sustentar, acordas mergulhado num silencio profundo, demasiado calmo, demasiado vazio para ser daqueles silêncios que nos dizem palavras e nos abraçam ate nos findarmos. So pensamos que nao esta cá ninguém. Ninguém se senta nesta mesa de café nem nos sorri enquanto percorremos cabisbaixos as ruas por onde já fomos gente. Ninguém sabe, cala e finge, um sorriso e uma arma de guerra, que falha em todas as batalhas.
Faltas aqui, sempre que quero saber dos problemas que te esperam, enquanto relógio nao para e mesmo que pare, quero os teus cinco minutos de luta, de raiva, de frustração, de tudo, de nada, desde que sejam teus. Talvez...
Ao meu ouvido so subsiste o silencio dos dias, já nao me sobra espaço para novas formas de ser gente, estagnado em mares de sargaço, esperando que algo me acorde, por cinco minutos, ou para sempre.
Estamos sempre connosco, por auto controlo, por razão, pela sobrevivência agnóstica da realidade, mas muitas vezes estamos demasiado longe para sabermos quem queremos por perto.