Balelas (ou não) da Rua

Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Ruas


Bom dia ruas dos meus passos, aqui digo todo o que vejo, escondo o nada que me basta, passo pela minha rua com o frio, com o sol e o beijo tarde de alguém, vivo assim, entre a calçada de cima e o alcatrão em baixo, um dia juntam-se as rosas de cima com as pessoas de baixo para vir ver o arraial desta cidade, Bom Dia, dizem das janelas as pessoas que iluminam o sol com o seu sorriso, um dia há de ser dia, sem temer os ventos e as marés, de sermos nós nos mesmo arvoredos, em novas ruas,
A minha Alma é feita de ruas novas que já não me levam às janelas de antigamente.

terça-feira, 10 de abril de 2012

X - Mais Barcos ao Mar


O mundo é tão pouco quando nos não basta a existência, quando a janela não é a distância mas o infinito, se a alma não é a vida mas o afastamento de nós, se os abraços desfeitos não são nossos mas de um sonho, se o beijo não é teu mas do vento, se a mão que te toca não é minha é do mar, Cobrir te ei da dor de ser não mais uma criança, serenamante no rio de todos nós verás uma vez mais, e uma única vez, que não são as ondas que estão no mar,

É o mar que faz as ondas onde os barcos navegam

Cruel

Existem aqueles seres crueis nos contos de fadas, nas historias de encantar das nossas infâncias, cobertas pela inocência de sermos os reis do nosso pequeno mundo, ao alcance da nossa frágil e pequena mão, sabendo que, se o medo a nós viesse podíamos fechar o livro, correr para o colo de alguém ou simplesmente ir à janela e ver o mar calmo espelhar-se nos nossos olhos de vida, recheados de alegria e ternura, ver o sol e esquecer a ilusão daquele momento.
Crescemos e os bichos cruéis que trespassam os livros tornam-se a realidade a enfrentar, há que rasgar o peito e lutar ou, simplesmente, ver que a realidade está à distância de um gesto.