Nesta época festiva, o nosso blogue deseja-vos um Bom Natal compartilhado com aqueles que vos querem bem, preparando o nosso paradigma pessoal para mais um ano de luta e de concretização de objectivos.
Com presentes, família, amigos e muita diversão, completem estes dias de festa no auge da vossa existência festiva.
Com a falta de palavras que me assola nestas épocas deixo-vos com uma frase escrita por alguém
além aqui e por um texto.
Felicidades a todos Vocês e às Vossas Famílias e Amigos
E também a nós aqui.
Bom Natal!!
A Melhor mensagem de Natal é aquela que sai em silêncio
de nossos corações e aquece com ternura os corações daqueles que nos acompanham na nossa caminhada pela vida
Quando o estio entra entristeço. Parece que a luminósidade, ainda que acre, das horas estivais devera acarinhar quem não sabe quem é. Mas não, a mim não me acarinha. Há um contraste demasiado entre a vida externa que exubera e o que sinto e penso, sem saber sentir nem pensar – o cadáver perenemente insepulto das minhas sensações. Tenho a impressão de que vivo, nesta pátria informe chamada o universo, sob uma tirania política que, ainda que me não oprima directamente, todavia ofende qualquer oculto princípio da minha alma. E então desce em mim, surdamente, lentamente, a saudade antecipada do exílio impossível.
Só quando vem a noite de algum modo sinto, não uma alegria, mas um repouso que, por outros repousos serem contentes, se sente contente por analogia dos sentidos. Então o sono passa, a confusão do lusco-fusco mental que esse sono dera esbate-se, esclarece-se, quase se ilumina. Vem, um momento, a esperança de outras coisas. Mas essa esperança é breve. O que sobrevém é um tédio sem sono nem esperança, o mau despertar de quem não chegou a dormir. E da janela do meu quarto fito, pobre alma cansada de corpo, muitas estrelas; muitas estrelas, nada, o nada, mas muitas estrelas...
Livro do Desassossego de Bernardo Soares
Só quando vem a noite de algum modo sinto, não uma alegria, mas um repouso que, por outros repousos serem contentes, se sente contente por analogia dos sentidos. Então o sono passa, a confusão do lusco-fusco mental que esse sono dera esbate-se, esclarece-se, quase se ilumina. Vem, um momento, a esperança de outras coisas. Mas essa esperança é breve. O que sobrevém é um tédio sem sono nem esperança, o mau despertar de quem não chegou a dormir. E da janela do meu quarto fito, pobre alma cansada de corpo, muitas estrelas; muitas estrelas, nada, o nada, mas muitas estrelas...
Livro do Desassossego de Bernardo Soares