Aqui diz-se quando ninguém deixa. Aqui manda-se vir sem os gajos ricos deixarem. Aqui fala-se... E fala-se... Por ser isso que nos mantém vivos
Balelas (ou não) da Rua
sábado, 1 de janeiro de 2011
Dilma a Presidenta
Tomou hoje posse a 40º Presidente do Brasil, Dilma Roussef, referindo como objectivos a atingir a erradicação da pobreza assim como reforços na área da saúde, educação e segurança.
Deveríamos seguir o exemplo....
Parabéns a Lula por tornar o Brasil um País no Mapa do Mundo Global e uma importante potência económica com repercussões no desenvolvimento social e democrático.
Parabéns a Dilma pelo seu estatuto e futuro.
...Saídas
Saímos de 2010 com saudades de um leque de personalidades que deixam um espaço vazio na Cultura e na Sociedade. Muitos deles são exemplos de vida e inspirações.
Este ano deixaram-nos:
A morte conhece tudo a nosso respeito, e talvez por isso seja triste.
O acaso não escolhe, propõe
Matilde Rosa Araújo
Menina dos olhos doces
adormece ao meu cantar:
Tenho menina de trapos,
Tenho uma voz de luar...
Os meus braços são a lua
quando ela é quarto crescente:
dorme menina de trapos,
meu pedacinho de gente.
Rosa Lobato Faria
Se eu morrer de manhã
abre a janela devagar
e olha com rigor o dia que não tenho.
Não me lamentes. Eu não me entristeço:
ter tido a noite é mais do que mereço
se nem conheço a noite de que venho.
Deixa entrar pela casa um pouco de ar
e um pedaço de céu
- o único que sei.
Talvez um pássaro me estenda a asa
que não saber voar
foi sempre a minha lei.
Não busques o meu hálito no espelho.
Não chames o meu nome que eu não venho
e do mistério nada te direi.
Diz que não estou se alguém bater à porta.
Deixa que eu faça o meu papel de morta
pois não estar é da morte quanto sei."
A morte nada é.
Eu apenas estou do outro lado
Eu sou eu, tu és tu.
Aquilo que éramos um para o outro
Continuamos a ser.
Chama-me como sempre me chamaste.
Fala-me como sempre me falaste.
Não mudes o tom da tua voz,
Nem faças um ar solene ou triste.
Continua a rir daquilo que juntos nos fazia rir.
Brinca, sorri, pensa em mim,
Reza por mim.
Que o meu nome seja pronunciado em casa
Como sempre foi;
Sem qualquer ênfase,
Sem qualquer sombra.
A vida significa o que sempre significou.
Ela é aquilo que sempre foi.
O ‘fio’ não foi cortado.
Porque é que eu, estando longe do teu olhar,
Estaria longe do teu pensamento?
Espero-te, não estou muito longe,
Somente do outro lado do caminho.
Como vês, tudo está bem.
Maria Dulce
Mariana Rey Monteiro
Virgílio Teixeira
António Feio
"Não deixem nada por dizer, nada por fazer"
Ernâni Lopes
Carlos Bettencourt Resende
Carlos Pinto Coelho
Com Saudade ficam estes nomes que servem de inspiração para todos nós
"Morrer é apenas não ser visto. Morrer é a curva da estrada." Fernando Pessoa
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Feliz Ano 2011
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Mar Manhã e Aurora
Não há conversa, não há desprezo nem distância, ódio, ira; não há mundo que substitua ver a manhã erguer-se no mar. O sol subir pelo mar com a força de mil almas e o combustível de mil corpos, ergue-se até ao fim do mundo, e não cai.
Nós somos meros passageiros, visitantes, deambulante que torridamente manifestam a sua existência pelo sentir, sentir o sol nas nossas faces, o mar nos nossos pés e a areia na nossa existência. E sozinhos nunca estivemos tão bem acompanhados. E bem acompanhados, nunca nos sentimos tão sozinhos. É o mar, é a sede de sal do nosso sangue esvaziando-se em pequenas largas tiras de rastos.
Basta uma rocha e o mundo à nossa frente para esquecermos o mundo que temos.
Basta o mundo que temos para lembrar aquilo que nos falta.
Falta sangue, suor e lágrimas, ou estão em excesso.
Faltas...
Como eu falto a existência do mar... as suas ondas que nem gestos alheios, o seu cheiro, o seu toque escaldantemente gelado, o seu sabor salgado, a sua cor de tez pálida e o seu som grave e estonteante.
Para que serve escrever isto aqui? Para nada. Nem sei o que escrevi, nem li, nem volto atrás. Se estão erros ninguém os apague porque eu quero recordá-los todos, se estão falsidades, mirem o mundo e depois concluam
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Regresso dos ABBA
Recorde-se que os ABBA ganharam fama com a vitória do Festival Eurovisão de 1974 com o tema "Waterloo", têm editado vários discos, com destaque para ABBA Gold, peças e filmes como Mamma Mia!.
Fica AQUI um pouco de ABBA que se espera ver em Portugal em 2011, embora não acredite muito...
Fatalismo Muçulmano II - Grito (_ _)
"Queres ver? Então vê, que já estás a olhar"
A maior criação humana é a solidão inexpressa, a solidão verdadeiramente solitária, a que envolve em loucuras de hirto as paredes da alma, o epitélio da cognição e as visceras do sentimento.
Enchamos de lágrimas o charco do nada, o céu deve sentir primeiro as lágrimas que a nossa própria pele.
Falta o mundo, falta tu, falto eu, faltamos todos, falta o sol, a estrela, o mundo, o saber quem se é.
Não se chora agora... Vive-se.
Não se lamenta, ou ignora ou age.
Ser português é ser isto, saudosista, fatalista na solidão... mas quando chega o momento descobrimos o mundo numa jangada de pedra, desbravamos cidades e serras até o momento em que nos olhamos no espelho e dizemos Ecce Homo.
Aí nascemos com o espasmo existancial! Aí criamos...Nem que seja o vazio da inocência ou a totalidade do nada.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Guerras - 2010 em Imagens
"O homem tem que estabelecer um final para a guerra, senão, a guerra estabelecerá um final para a humanidade."
( John F. Kennedy )
"Faz-se a guerra quando se quer, põe-se-lhe termo quando se pode."
( Nicolau Maquiavel )
Podia ter mais mil frases sobre guerras. Desde os que preferem a paz injusta à mais justa guerra, até àqueles que afirmam que a melhor paz é estar preparado para guerra. Assim, pensemos na guerra.
Sermos crianças felizes, brincando na rua, uns petiz rolando uma bola, até a guerra destruir os sonhos de infância.
Aí sim Há Nostalgia do Bem da Infância Para Sempre Perdida.
Olhemos nos olhos desta criança afegã...
Quem perdeu verdadeiramente a infância?
Á Tua Espera (Preservação)
A madeira a dizer-me que chegaste.
Depois a porta a pouco e pouco aberta.
e o silêncio que só prova que já entraste
Pela luz do teu cigarro eu adivinho
Que caminho tem as roupas pelo chão
E tu pensas que eu ainda estou dormindo
E eu penso que aprendi já a lição
E então, pé ante pé, braço ante braço
Deitas-te a meu lado quase a medo
E atrasas o relógio que há no quarto
Para, se eu acordar, pensar ainda é cedo
E cedo, sinto e sofro a tua mão
Descendo pelo meu corpo devagar
Eu penso que aprendi já a lição
E juro que não vou nunca mais acordar
Pergunto-te a dormir
- que horas são?
Protesto, digo não mas, como sempre
Acabo com os teus lábios no meu peito
E os teus dedos brincando ardendo no meu ventre
E abro-te o meu corpo de mulher
Esqueço a raiva, a mágoa, as amarguras
Cá dentro nasce o sol, já é manhã
E o relógio do quarto ainda bate as duas
Primeiro são os teus passos pela escada....
Vidro Fosco - Existência
E temos medo, muito medo e medo só.
De ser quem não queremos e estar onde não desejamos sentindo aquilo que não é para sentir. O ser humano é isto, ser, estar e sentir. Emoção Razão Interrogação.
Claro que a vida dos outros é vista com óculos alupados, muitas vezes igualmente abafados pela nossa ânsia de queres saber que bicho é aquele. Aquele bicho somos nós e são as cidades. É o mundo concentrado em células de pele pintada.
Que mundo é este que torna o homem finito?!
O maior dos Deuses é o Homem que se renova e reformula. Que cria e transforma. Que destrói e mata. Que nasce e morre numa espiral elíptica de interiorizações. Somos o infinito concentrado num pequeno ponto, disfarçado de zero.
Retorno. Retorno a ideia de não se saber quem sou e se sou alguém (para mim e para os outros) e de ninguém saber quem é. O espelho é baço, por mais polido que seja/esteja.
O vidro parte-se. O espelho quebra-se. E a vida é a cola com que se disfarça a fragmentação existencial.
Ninguém é o que pensa ser. Ninguém é.
Espera-se a individualidade da multidão na totipotência da individualidade.
Respiremos o ar poluído da cidade para um dia podermos respirar os ares do Alentejo...
Eugénio de Andrade - a 5 anos de Distância
Ainda sabemos cantar, só a nossa voz é que mudou: somos agora mais lentos, mais amargos, e um novo gesto é igual ao que passou.
Devias estar aqui rente aos meus lábios para dividir contigo esta amargura dos meus dias partidos um a um - Eu vi a terra limpa no teu rosto, Só no teu rosto e nunca em mais nenhum
Ter só dedos e dentes é muito triste: dedos para amortalhar crianças, dentes para roer a solidão, enquanto o verão pinta de azul o céu e o mar é devassado pelas estrelas. Porém eu procuro-te. Antes que a morte se aproxime, procuro-te. Nas ruas, nos barcos, na cama, com amor, com ódio, ao sol, à chuva, de noite, de dia, triste, alegre — procuro-te.
Sondagem
Para além daquilo que já sabem que este espaço promete!!
Obrigada pelo vosso voto
Um livro
Um livro que se lê em menos de 15 minutos.
Um sabor que é bem capaz de durar uma vida, a mim já me irrequieta há uns bons 2 dias.
Fantástico.
Profundo.
Um conto infantil que nos muda, nem que seja por um segundo.
Um clássico de Shel Silverstein
Obrigada Padrinho