Sei que ainda há palmeiras onde as aves cantam e o sol relaxa a sua suavidade no verde esperança do dia, no alto do cume, tocando as pequenas nuvens, sei que vou voltar, ainda vou voltar ao lugar onde esta árvore cresceu, onde os pequenos ramos desbrotam com a primavera, ainda lá, irei voltar a ouvir cantar as dores de ontem, as esperanças de amanhã.
Sei que vou deitar na sombra desta palmeira que já não há, colhendo do seu ar o espaço imenso que acabou, beber do som o silêncio que já não há, espreitando as noites que não queria, o dias que não existiram num fundo imenso do nada.
Sei que ainda vou voltar, não em vão, não em silêncio, de me encontrar no fim da escuridão, no meio dos enganos e dos estranhos, depois das estradas em que me quis perder, no tudo e nada de te esquecer, aqui.
Sei que sabendo não sei, se algum dia voltarei a saber de nós.