Balelas (ou não) da Rua

Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra

quarta-feira, 4 de março de 2015

Saber sempre onde me espera

O mundo cai, fragmenta-se em pequenos pedaços, uma folha queimada, desfiando-sem em poucos tragos, pequenos golos de saudade, grandes tragos de nostalgia, um simples eco do ego que nos deixa passar, um pequeno toque no ombro e um novo riacho que nasce para ti, uma pequena criança que cai aos primeiros passos, inquieta e já sem mãos, cai, deixa-se ficar no chão, pedra com pedra, e o mundo é escuro e escuro é o mundo agora para ela, nada mais, só silêncio, só eco, um toque no ombro e um não calar, um romper de estribeiras e um soluço incompleto, e tudo renasce. De uma pequena bresca do destino, de uma fração de escuridão nasce um relance de luz, pequena, tremendo, e cresce, e magnifica, e solta, e relança e faz e cria e és tu, e aquela criança pequena, caída, ergue a face manchada, os olhos cheios, a bochecha rosada, devagar, ergue, agarra-se ao que vem e não passa, apenas ao que não passa, puxa, força, luta, constrói, e segue.
De novo, treme, estremece, sente um arrepio e acende-se de novo nela a alma dos que outrora descobriram mares e criaram terras e simplesmente corre até ao fim, com uma lágrima evaporada e um sorriso na face pois sabe sempre onde lhe espera a luz que lhe tira da escuridão dos homens.