Balelas (ou não) da Rua

Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Fim

Chegámos ao fim, temos um percurso que prova que lutámos e que tudo fizemos por ser mais, maiores, mais fortes e melhores, há cicatrizes que nos traçam no corpo rastos das memórias de guerras perdidas.
Sustém a respiração e sente o movimento da derrota a arder no coração, outra vez, este é o fim, não há espaço além deste tempo, arrasto o corpo até este momento vazio, lento, em fragmento que não reconheço.

Rouba o que há de mim, e leva ao céu, fica comigo enquanto o abismo nos cerra na escuridão, enquanto caímos leves, eternos suaves, e sentimos, nas costas o mundo e na fac o toque de quem nos quer.
Deixa o céu cair, à velocidade da luz, desfazendo as particular de ar, enquanto colidem comigo e me afastam de mais.

Podes guardar o nome mas não ficas com o que de meu não me resta.

Enfrentámos tanto juntos, e aqui cai o céu até uma nova madrugada.
Põe a tua mão na minha testa e sente a febre eterna de lutar por algo maior. Mesmo que o céu caia e o abismo nos cerre, enquanto houver ar e enquanto surgir tempo, haverá espaço para novos dias melhores.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Deixa Esfriar

Está frio e eu não o quero, estar dor que me abraça os sentidos e me leva ao barco mais só de todos os navios, esta tortura mental que me faz vaguear pelo mundo como um pária à espera de caridade... A caridade que não quero nunca.

Podes mandar se for sincero, podes vir se for o que quero,
Esta saudade nasce de braços abertos,
Este frio cresce a tempos certos
E nada mais se pode querer quando é o frio que nos faz desejar,
Quando é o frio que espero.

Queria ser mais alto que as estrelas, mais largo que o espaço e maior que o tempo,
Ser mais verde que os campos e mais verdadeiro que a paz,
Queria ser o mundo inteiro e a árvore mais bela,
ser um condor a voar pelo espaço despercebido,

Queria ser uma caravela para nunca mais parar, queria ter velas a que o vento possa soprar,
Abrir estes braços e viver a vida como lume renascido,
Como vento que sopra como mar que ondula

Acaba a tarefa e mais um dia é tempo de adormecer
Serenamente como num berço de criança,Serenamente como pareço uma criança
E acabando isto e mais um dia a dor adormecer,
Já não há berços que sustentem crianças
nem crianças que durmam em berços.

Figura num espelho um espaço que já não me pertence, vaguei nestas pernas o corpo que já não me sustém, preciso de ir além das coisas, passar além deste tempo.
Contudo, deixemos esfriar, que frio é coisa que não nos falta mais.

domingo, 11 de novembro de 2012

Quero saber

Quero descobrir o porquê de tudo, mostra-me tudo e explica-me como?
Há tanto para aprender, e estando tudo tão eprto, porque parece tudo tão longe, parecemos presos num vacúo indefinido que nos afasta temporalmente da descoberta da essência.
Quero saber porque voo sem nunca ter tido asas, porque os teus movimentos, calmos e sensatos me prendem a atenção até os olhos secarem, porque o vento que roça na tua face mexe na tua pele, ondula o teu ser.

Podes mostrar-me como? Podes explicar o quê?

Vem comigo e vê o mundo como eu, onde a beleza reside além mar, vem sentir, dá-me a mão porque há todo um novo mundo há nossa espera para o ser

Quero saber, podes mostrar-me, dizes-me mais, quero parar esta sede de saber, sem nunca ter excesso de beber demais...