Balelas (ou não) da Rua

Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Pour tout se dire encore ou bien se taire

Deixa-me cuidar de ti, ver em cada espaço teu o limite mínimo do meu, regar no teu encanto o meu canto tosco de sentir, voltar a dormir com os teus olhos no meu e deixar-nos ir no tempo com a saudade que já não demos, dar-te a paz que perdi, ver a parte triste do teu abraço, o canto perdido do teu beijo, deixar-te ver o jardim imenso que nos faz acreditar, ver nele o rio que criámos, as nascentes que temos e os barcos que velejam sobre cada toque teu, sobre cada espaço nosso.

Deixa entrar a minha voz, percorrer a tua alma como faz o vento, entrar no teu regaço e nele ficar, na calma eterna dos que têm sede, olhar de vez o que te faz crescer, o que te fez ir e o que não te faz voltar, ver no teu riso imenso todas as cores do mundo,

E não te ter, apenas ser contigo o que não sou sozinho.