Um pequeno toque no braço, por muito longe que os meus olhos te apanhem, aquele breve suspiro que fazes quando acordas ao meu lado e eu não te vejo, o brilho que há nos nossos olhos quando se cruzam e as pequenas letras que, tecidas, nos entrelaçam, juntos, estreitos, numa espiral infinita de desejo e sabedoria parva, um tom sentimental, nada nosso. E voamos, imaginamos mundos, construímos universos, pequenas criações juntas, pautadas pelo sorriso imaginário de duas crianças que trocam palavras como quem troca carinho.
Depois, silêncio.
No fim, partes.
Fica o espaço sempre que voltas, deixas silêncio sempre que partes.
Será que dissemos o quanto mudámos a vida um do outro, quanto criámos, quanto ainda queremos criar e se queremos o mundo?
Podemos amanhã não dizer e amanhã ser tarde demais.