Aqui diz-se quando ninguém deixa. Aqui manda-se vir sem os gajos ricos deixarem. Aqui fala-se... E fala-se... Por ser isso que nos mantém vivos
Balelas (ou não) da Rua
Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
T.U.D.O.
É te dada vida, um pequeno bafo de desejo, um enorme sentido de misericórdia, sem fontes, nem correntes, apenas uma correte vazia de espaço, sem caminhos, ou destinos marcados, terra virgem, a tua cabeça roda e não sabes, és tudo à tua volta, simplesmente tu, simplesmente à tua volta, não sabes onde estás nem quem és, o silêncio espalha-se e as tuas portas fecham-se, não estás perdido, és simplesmente só, sentido contigo numa sinfonia simples, apenas, não é fácil?, não é justo?, és tudo mas tens um dom omisso,
Não poder ser tudo sem nada!
Perder
Há que largar a espada, deixar as armas cair num gesto de rendição, esquecer o que se passou e ver a chuva pelas portas já fechadas, dormir, e escolher olhar para o mar infinito, talvez por escolha, talvez pelo tempo que perdemos ao não ter tempo, deixar ir o que não tem nada para ficar e saber que alimentar o vazio só o faz crescer.
Quanto se precisa? Quanto basta? Não se corta e corre, não se larga e deixa, às vezes deixas-te ir com o vento, cego para ver e o dano está feito, não esperas, não calas, não, enches de nãos todos os sins possíveis, queimas-te por dentro, os olhos ardem e não vês o regresso inteiro de quem nunca mais irá voltar.
Não é tarde, simplesmente já não é tempo para ter mais, para ter simplesmente, da janela vemos o mar calmo, e no canto ficam os sonhos que escrevemos, ficam os espaços onde passamos e o meu corpo corre para um sossego escuro, Nunca é o fim, dou-te um último beijo no ombro, deixas-te ir e contra mim vais, uma última lágrima cai, um último sorriso nasce, Nunca acaba o que o fim não consegue terminar.
Quanto se precisa? Quanto basta? Não se corta e corre, não se larga e deixa, às vezes deixas-te ir com o vento, cego para ver e o dano está feito, não esperas, não calas, não, enches de nãos todos os sins possíveis, queimas-te por dentro, os olhos ardem e não vês o regresso inteiro de quem nunca mais irá voltar.
Não é tarde, simplesmente já não é tempo para ter mais, para ter simplesmente, da janela vemos o mar calmo, e no canto ficam os sonhos que escrevemos, ficam os espaços onde passamos e o meu corpo corre para um sossego escuro, Nunca é o fim, dou-te um último beijo no ombro, deixas-te ir e contra mim vais, uma última lágrima cai, um último sorriso nasce, Nunca acaba o que o fim não consegue terminar.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
Começar de Novo II
Há uma tempestade lá fora e os teus cabelos são negros como ela, a tua boca carregada como as nuvens negras do céu, um criança tropeça, inocente, depois de correr, antes de sentir, uma criança tropeça dentro de ti e eu perco-me nela, a noite vem e leva-te como se não voltasses, como se não deixasses, e por nuvens e além nuvens, um mar profundo e um silêncio constante, a tua boca cala, o teu corpo consente, e indo mais longe que os homens fomos tudo menos deuses, não voltamos onde o mundo principia, não voltamos porque há viagens que só de uma partida são feitas.
E começas de novo, quando de manhã o sol nasce cedo e as gaivotas voam, brancas, por cima do rio, trazendo consigo o barulho dos motores, o céu que despreza a morte, o riso do tempo, o sonho que apenas desenhamos no tempo.
No último tempo, na despedida, vale a pena ter amanhecido, ter perdido, ter fascínio, deixando ir nas esporas do tempo a confiança cega dos sobreviventes, a mancha eterna dos prisioneiros, ter-me conhecido e perdido, ter me corrido nas manhãs, contar comigo...
Vale a pena se no começo existir princípio, se num fim existir silêncio....
E começas de novo, quando de manhã o sol nasce cedo e as gaivotas voam, brancas, por cima do rio, trazendo consigo o barulho dos motores, o céu que despreza a morte, o riso do tempo, o sonho que apenas desenhamos no tempo.
No último tempo, na despedida, vale a pena ter amanhecido, ter perdido, ter fascínio, deixando ir nas esporas do tempo a confiança cega dos sobreviventes, a mancha eterna dos prisioneiros, ter-me conhecido e perdido, ter me corrido nas manhãs, contar comigo...
Vale a pena se no começo existir princípio, se num fim existir silêncio....
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