Quando tudo pára, começa, em edifícios com espaços verdes, onde gritos nos evocavam, Nós não ligávamos, demasiado dentro do mundo para os ouvir, e juntos partilhámos o olhar aceso de quem incendeia de pensamento com a força da interrogação perplexa. Que a gente alta, pasmada de cegueira branca, trucidada em correntes de aço, presa pelo tempo gasto dos navegadores, passe por baixo de todo o nosso desprezo enquanto juntos gritamos ao vento que somos livres. Era a nossa maneira de sermos juntos, apenas, paralelamente estranhos, vendo como quem olha para a eterna novidade as novas terras da nova era, aí, esperas até ao fim para dizer adeus? Naquele tempo a viagem tornava-nos iguais, nem os sonhos descontíguos, nem as vozes roucas nos rogavam pragas de longe, era uma nova inocência, sabida, corajosa, ousada e livre, mas com o espírito suficientemente infantil para se deixar consagrar na virtuosa beleza da natureza e do pensamento que dela flui, pois da nossa mente luzia uma eterna luz que nos impelia em frente, sem direcção definida nem pressas de tempo, indo, sem saber porquê, mas uma e outra vez nos víamos juntos em viagens que não aquelas, porque éramos mais.
Esperámos pelos momentos de solidão para dizer que as nossas mochilas estavam vazias, sempre, porque apenas nosso era o caminho, apenas da viagem vinham recordações, não precisamos de levar mais nada quando queremos trazer connosco pequenas lembranças de grandes mundos.
Não esperes pelo fim para criar começos.