Sem o tempo do sempre, ou o hoje dos outros dias, começar de novo, entrar num caminho diferente, ver nas árvores longas o desejo imenso, a manhã inteira, ter no pássaro livre a alma do deserto e o choro do campo, não me conhecer, não me ter nunca, virar o barco do mundo e socorrer me sem ar.
Vai valer pena deixar ir na estrada os caminhos que nos conduzem, os que não nos perdem, os que nos seguram, deixar fugir os fantasmas sem moldura, as esporas do domínio, a felicidade imensa, a dor aguda, os fascínios rebeldes e as ilusões inocentes.
Amanhecer só, longe, sem garras seguras, sem.
Sempre quis ser algo sem coisa alguma.