Cai a noite e o silêncio, a esplanada fica vazia, lentamente, sei que custa, não é fácil, não somos fáceis, acendem-nos uma vela com o cheiro antigo dos fósforos e da humidade que paira no ar, não voltaremos a encontrar-nos nos lábios um do outro, ver-me-às quando puderes, sei o que te faz triste, como te fiz triste, não há mais formas de saber, tinhamos os olhos abertos com as estrelas e a parte de ti que não vi, foi a que tu mostraste. Bebemos, o fumo ergue-se, rodopia, foge pelos lábios em foguete, a ponte ilumina-se na distância, estátuas idem, tenho a tua cabeça no meu ombro, e os meus olhos no infinito mundo de uma lágrima. Fazer o que tem de ser feito. Fazer o quê?
Quando me quiseres esquecer lembra-te de como me lembrares...contigo.