Balelas (ou não) da Rua

Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Virgem Suta

Música - Novos Artistas Portugueses

Vamos apostar no Nacional. Menciono algumas bandas, pouco conhecidas e relativamente recentes, com músicas interessantes. E os GNR. E Tiago Bettencourt. E Deolinda.

Banda - Músicas - ÁLBUM


A Caruma - Vestido a esvoaçar; Estado Febril - A CARUMA (imagem)


Deolinda - Um Contra o Outro; A Problemática Colocação do Mastro - DOIS SELOS E UM CARIMBO




*Tiago Bettencourt & Mantha - Chocámos tu e eu; O lobo - EM FUGA

*Donna Maria - Nós Nunca Somos Iguais; Fragmargens - MÚSICA PARA SER HUMANO (imagem)





GNR - Clube dos Encalhados; Reis do Roque - RETROPOLITANA

O'Questrada - Fado Skazito; Oxalá-te Veja - TASCA BEAT: O SONHO PORTUGUÊS (imagem)



MESA - Extraterrestre; Luz vaga






Virgem Suta
- Tomo Conta Desta Tua Casa; Vovó Joaquina - VIRGEM SUTA

Música

Hoje foram as músicas!
Caros amigos, deixo uma lista de poucas, mas boas músicas.. Ouvi hoje no aleatório do ipod

Mr. Big-Be with you
John Mellencamp- Jack and Diane
Roxette- She is so vulnerable
Coldplay- Fix you
Toto- Africa
Cher- Walking in Memphis
Eagle Eye Cherry- Save tonight
Queen- Somebody to Love
Lunáticos- Estou na lua
Carlos Paião - PÓ DE ARROZ

Tudo Isto Existe



Recordando as tuas letras em sitio alheio, tudo isto existe.
Há muito espaço no espaço e pouco tempo no tempo e isso enfurece os sentidos angustuiados por verem a vida à distância de um universo por um vidro fosco que detorce o que vimos. Será real o que vejo? Não vejo sequer. Vejo o que não quero e receio o que não asseguro. E tu também...penso....

"Acordar em dias seguintes e contíguos unidos apenas pelo tempo, que não existe, e pelo espaço que se vê obrigado a existir,não existindo: é crime."
O tempo une aquilo que receamos desunir. Se queremos algo devemos ignorar o tempo e viver o presente. O tempo é nada e é tudo. Eu prefiro o nada ao tudo de não ter tempo. O espaço é a tortura das almas que se anseiam, é o movimento em falso: pudemos sentir nossas mãos e estarmos mais longe que os infinitos; ou pudemos nunca nos tocar e nossas almas dançar a valsa. É assim o mundo desassossegado.

Prefiro que acordes mesmo que o amanhã nada de novo te traga. Assim asseguro que estamos lá para a eterna novidade do mundo. Quiçá um dia acordamos e o nosso mundo ganha significado. Que seria ficar a dormir no dia da nossa epifania?
O acordar é o despertar para a vida.

Eu vou continuar a falar e em ti provocar o acto de fala, desejando viver isto freneticamente. Isto que até existe.

Tudo isto existe, Tudo isto é triste, Tudo isto é fado. Destino?!...

Que dizes o acordar conjunto para a eterna novidade do mundo?
Ou preferes parar o tempo e com o tempo parar o mundo?

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O Nosso Desassossego




Todo o desassossego é nosso, e é nosso todo o desassossego. Somos dois desassossegados por um bando de sossegados futéis, calados e secos. Quero te desassossegar com as palavras negras que expresso pela negre boca que algo me deu.

Vi o filme tal como tu. E mexeu comigo como acho que mexeu contigo. Sentir a decadência da alma humana, o cair poético da personagem negra que todos somos. O ver que não passamos de eternos pecadores anónimos e que a vida não é mais que um momento no espaço, sem o espaço do momento.

Sentes a transposição poética daqueles ser a apunhalar a realidade que conotas tua.

Adorei...
Tal como adoro as realizações mudanas.
Tal como adoro as virtudes transponíveis.
Tal como adoro as intuitividades nobre e reclusas.

Já viste que era Ser o texto que escrevmos, ser a nossa mão transpondo para o papel rabisco de um mar de aquém. Transpor toda a existência compilada, ajuntada, aninhada na vil palavra a que um dia te darei. Barcos, ser barcos, As letras saõ barcos entre o pouco que temos dentro de nós e o muito que criamos. São barcos à vela bulindo ao vento do pensamento humano e da tristeza mágoa. Tédio. São bargos à vela e com tédio. São barco à vela, com tédio, com as personagens contidas em suas bancos, na sua roda que não saindo do memso lugar nos leva a todos os sítio. Ir e não sair. Ser e não ter.
Que vil desassossego é este. Se vivemos para desassossegar sejemos desassossegados primeiro.

Ser e não ter é a pior das criações.
~





" Se a nossa vida fosse um eterno estar-à-janela, se assim ficássemos, como
um fumo parado, sempre, tendo sempre o mesmo momento de crespúsculo dolorindo a
curva dos montes. Se assim ficássemos para além de sempre!

Se ao menos,
aquém da impossibilidade, assim pudéssemos quedar-nos, sem que cometêssemos uma
acção, sem que os nossos lábios pálidos pecassem mais palavras!

Olha
como vai escurecendo!... O sossego positivo de tudo enche-me de raiva, de
qualquer coisa que é o travo no sabor da aspiração. Dói-me a alma... Um traço
lento de fumo ergue-se e dispersa-se lá longe... Um tédio inquieto faz-me não
pensar mais em ti...

Tão supérfluo tudo! Nós e o mundo e o mistério de
ambos."


'O Beijo não toca a beleza da boca'



de Bernardo Soares

Desassossego



Tenho que escolher o que detesto - ou o sonho, que a minha inteligência odeia, ou a acção, que a minha sensibilidade repugna; ou a acção, para que não nasci, ou o sonho, para que ninguém nasceu.

Resulta que, como detesto ambos, não escolho nenhum; mas, como hei--de, em certa ocasião, ou sonhar ou agir, misturo uma coisa com outra.
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E assim sou, fútil e sensível, capaz de impulsos violentos e absorventes, maus e bons, nobres e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de uma emoção que continue, e entre para a substância da alma. Tudo em mim é a tendência para ser a seguir outra coisa; uma impaciência da alma consigo mesma, como com uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa e nada me prende. Atendo a tudo sonhando sempre; fixo os mínimos gestos faciais de com quem falo, recolho as entoações milimétricas dos seus dizeres expressos; mas ao ouvi-lo, não o escuto, estou pensando noutra coisa, e o que menos colhi da conversa foi a noção do que nela se disse, da minha parte ou da parte de com quem falei. Assim, muitas vezes, repito a alguém o que já lhe repeti, pergunto-lhe de novo aquilo a que ele já me respondeu; mas posso descrever, em quatro palavras fotográficas, o semblante muscular com que ele disse o que me não lembra, ou a inclinação de ouvir com os olhos com que recebeu a narrativa que me não recordava ter-lhe feito. Sou dois, e ambos têm a distância - irmãos siameses que não estão pegados

Com a morte? Não, nem com a morte. Quem vive como eu não morre: acaba, murcha, desvegeta-se.



Entre mim e a vida há um vidro ténue. Por mais nitidamente que eu veja e compreenda a vida, eu não lhe posso tocar.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A Viagem do Elefante Parte I


Todos partimos sem saber de onde, para atravessar estradas que desconhecemos e chegar ao lugar a que chamamos estranho. Somos um elefante, cada um com a sua carga. Somos um elefante, mudo às ordens de quem manda. Somos homem, porque não sabemos o nosso papel e rasgamos o do destino.
Sei que parti da minha vida, espero um dia atravessar a tua e chegar ao deconhecido que se chama felicidade/harmonia.
A Nossa Maior Virtude é o Silêncio, por isso não nos devemos calar, por isso o silêncio é a arma com que subterramos os inimigos mais tenebrosos. É com ele que expressamos amor, ódio, tédio, calma, ira, silêncio.

Faz-se silêncio quando os olhos se tocam e as almas se tornam uma miscelânea de pensamentos. Faz-se silêncio quando a voz ocupa o lugar que os sentimentos impôem.
Faz-se silêncio se a voz é mais fraca que o momento.
Por isso me calo esporadicamente.

Somos um todo incomensuravel, somos um todo do mesmo saco, um todo paralelo.
'Somos dois caminhos paralelos, andamos pela vida lado a lado. Loucos que nós somos, doidos que nós fomos'

É bonita a simpatia que pomos no desconhecido. Pus naquela voz rouca a inspiração de uma sala cheia de nada. Foi aquela voz que me fez passar da figura rosa no estrado imposta, para o mundo imaginativo que és tu.

Será que nos conhecemos?
Não me interessa. Sei quem tu és e para mim basta.
És um todo global de alma, sentimentos, inteligência e virtude.

Um dia levo uma pessoa à lua. Dela puderemos ver a podridão daquilo que para trás deixámos e que não edificámos. O mundo é nosso... Todos os outros estão em fase de negação.
Tens a totipotência existencial de te desdobrares na vida que queres. Fico sem palavras, ficando fracas as poucas que escrevo sobre a fortaleza que tu és.

"Levar-te à boca,
Beber a água
Mais funda do teu ser -
se a luz é tanta,
como se pode morrer?"
EA

Há coisas eternas e espero que a criação metafisica da nossa existência comum seja uma eternidade, de tão grande tamanho, que chame o infinito de mon infant.

O mundo gira com o calor de duas almas humanas que de tanto se gostarem, simpaticamente se afastam para pólos opostos da mesma existência.
Assim gira o mundo de todos nós. Pelo afastamento nazi que impomos. Pela aproximação nazi que se impoem.

Se feliz! Desde um certo momento a que posso chamar existência, Nunca Mais nos Vimos e Para Sempre nos Olhámos.


De Ti Muito Gosto
Ao Paralelo a que chamo Sensivel