Balelas (ou não) da Rua

Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Música

Como e que se mantém uma orquestra perfeita e em síncrona, durando o som ate cada eco, cedendo, cedendo, perdido para alguém e sem nunca perder o seu caminho. A música continua, nao perde a novidade, tem sempre uma palavra nova para nos dizer.... E como? Se estamos sempre a mudar, se o mundo nao nos deixa ser o mesmo, como sabemos que de ano para ano, sabemos que cedemos cada vez que ouvimos o nosso nome?
Sei que o vento que me corre no sangue me leva a ter mais movimento nos olhos que tentativas nos corpo. Se pudéssemos ficar para sempre os melhores, juntos, se tentássemos todos os dias, sermos melhores enquanto crescemos, podemos acreditar que na sorte, a música nunca acabaria, seguiria o seu caminho sem se perder.
Sei que agora é o momento de por os olhos no céu e ver para sempre a música a tocar. Podemos ser diferentes mas se tentarmos fazer melhor, nao nos perderemos no caminho e, com sorte, a música perdurara no tempo, será vida.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

'Não se pode morar nos olhos de um gato'

Enquanto nesta noite o meu reflexo ficar amarelo, nos olhos de um gato preto que segue na rua, como tantas outras espécies que circulam, não moro mais. Beija, arranha, queima, foge, circunda-te de espaço, serve-te, serve-me e brinca, queixa-te e coxeia pelo mundo que quem vive aqui, não mora jamais. Aleija e fere, foge e grita, desencante e desanda, neste espaço não nos chocamos mais.
Eu vou-me.
Eu vou para Longe, para o sítio donde partem os navios sem rumos e as velas sem vento, onde outrora as árvores foram verdes e o fogo flamejante, onde a chuva molha e o tempo passa, vou para aí. Quem sabe um dia não esteja lá mais, espanque a vida, alicie os deuses a irem além, ao tempo infinito, ao espaço inacabado, serem a natureza e respirarem, faz tão bem respirar longe, ser perto de nós mesmos e estarmos afastados do mundo.
Eu vou para Longe, onde não sou nada, porque não se pode morar nos olhos de um gato nem viver nos sonhos de uma pessoa.

Não se pode morar nos olhos de um gato. Não se pode chegar a sítios sem porto.