Balelas (ou não) da Rua

Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Que Mais?

Dei-te o mundo na forma mais solene de haver, dei-te o silêncio das tardes, o mar que enche oceanos e as palavras de todos os momentos, uns olhos fracos, e uma voz ríspida, um mero abraço a um terno momento, um passeio a sós, uma tarde juntos, uma noite de estrelas, tempos mortos, futuros vivos, o que era meu, e o teu também, a árvore maior, o tempo inteiro, o passado neutro e eu tenho de ti meros fragmentos que nem sei se teus sãos,
Que mais te posso dar?
Um tempo parado, um silêncio amargurado, tempo, amor, ódio, desprezo, esperança, tudo é teu, os meus olhos mortos, o meu silêncio calado, são teus também, um espaço apertado, uma abraço separado, que mais queres de mim,

De ti sobra apenas a brisa do teu perfume e os restos da tua alma,
Só tenho para de dar mais um tempo de solidão
Um dança a dois, em passos a sós

Um jeito estúpido

Num bom café a meio de uma estrada não sei bem qual o seu caminho, uma boa tarde, não sei se era mesmo tarde, mas era mágoa, um jeito estúpido de falar, mas comum
Uma boa bica, cheia, intensa, volumosa,  com cheiro picante, inunda os pinheiros de uma nova vida, bebe-se lentamente, um jeito estúpido de saborear, mas comum
Uma boa frase, um poema solto pelo canto da boca, num trejeito torto de perder pontos e vírgulas, um jeito estúpido de amar, mas comum

Um momento, mesmo que lento, eterno, mesmo que fraco, guardado, mesmo que o último, para sempre,
Um jeito estúpido de recordar
Mas único para nunca esquecer

Apenas Isso

É só assim que sei, não sei se bem ou se mesmo mal, apenas o passo mal dado poderá chamar à Terra a cabeça dos sonhos, Vento, soa um vento novo nos meus ouvidos e a saudade de um futuro tão distante aproxima-se na cumplicidade de uma amante, eternamente minha, eternamente alheia, aquele toque sereno que se sabe ser pago, aquela magia vazia de um olhar sedutor, aquela solidão de quem não consegue estar só, Apenas, vale o verão de sois sós para nos fazer pensar que embora as estradas se tenham separado, os caminhos poderão um dia se encontrar, Vai, não queiras ser peso morto, o futuro volta e quem sabe se o que foi será o eterno que regressa,
A vida são futuros trocados
E o passado são apenas passos já dados
Apenas isso e nada mais

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Porque em todos os silêncio há o murmurio de uma voz oca e de um passado distante, nesta estrada há um caminho directo ao precípicio, Não pares, Não ouses