Abre as janelas de manha, levanta com o sol o corpo mole que se colou nos regaços maternos da cama, vê as aves a levantar voo, crescendo num manto negro pelos contornos imprecisos das poucas nuvens brancas que sobrevoam o céu azul, por baixo as crianças nascem nas calçadas, gritando de juventude os bons dias uns aos outros, brincando e saltando como nós, sem a mínima preocupação com o tempo, com o amanha, à volta o dia começa a abrir, o café do sr. Antônio já tem gente há espera com o jornal debaixo do braço, as camisas de trabalho enfiadas a força nas calças de ganga sujas do dia, os primeiros cachimbos nas bocas e os primeiros bafos no ar, começam as conversas, liga se o dia,
Mira, não é bom sonhar que se acorda assim?