Queres concordar comigo, sozinhos aqui, nem tudo o que queremos é tudo o que precisamos?, Sabes que me quero perder na paisagem sem fim, numa melodia triste que um dia tu possas compor sem eu saber, perder-me-ia em cada tecla do piano, desenhando cada símbolo nas linhas direitas em que me desconstróis. Finalmente acredito, ter o peso nas costas do som, saber que precisamos de ser tentados a mais, tentados a perder pequenos pedaços de nós, criando espaço para outros novos se seguirem, construindo em nós mesmos novos sons, novas ultrajantes realidades, novos recomeços seguidos de eternos fins.
Não é tarde para te sentires incompleto, para desejares o mundo e lutares pelo teu, não há dinastia que resista à estabilidade nem subsista sem mudança, a realidade é uma mera modificação constrangida ao sonho dos homens que a fazem, incompletos, inconsiderados, inconsistentes, curiosos... terreno fértil sem fim em pessoas que se findam sem terminar
Aqui diz-se quando ninguém deixa. Aqui manda-se vir sem os gajos ricos deixarem. Aqui fala-se... E fala-se... Por ser isso que nos mantém vivos
Balelas (ou não) da Rua
Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Até ao mar
Perder as rugas que nos trazem pedaços de alma em cada fortificação alheia, em cada cotorno deste corpo gasto, desgastado pela areia do tempo e pelos testes do destino. Irias até ao fim para perder o que não quiseste ganhar, esquecerias a vida sem remorso e sem saudade?
Quisesses ser rio só e irias até onde por um momento de gozo ou uma corrente mais forte onde sentisses cada brisa como um épico momento de dor, uma contracção extenuante do corpo, um prazer totalitário de quem sente mais, de quem sente melhor. Desespero dos corpos, faltas das almas, não olhes oara trás, continua em frente, desiste do tempo, desiste das pontes, nada e corre, sem perder mais que tudo, sem esquecer menos que nada, vai longe, corre, vai longe, não pares, percorre os sítios recônditos dos outros até encontrares aquele que te pertence.
Não pares até encontrares o fim do mar, o término do horizonte e a expansão dos corpos. Irias até lá se soubesses que não te irias encontrar?
Sentes, amas, vives de novo?
Irias mais longe se soubesses que não há fim? Se soubesses que vazio serias mais forte, quem sem ti serias mais?
Irias mais longe se soubesses que afinal te perdeste no início?
Quisesses ser rio só e irias até onde por um momento de gozo ou uma corrente mais forte onde sentisses cada brisa como um épico momento de dor, uma contracção extenuante do corpo, um prazer totalitário de quem sente mais, de quem sente melhor. Desespero dos corpos, faltas das almas, não olhes oara trás, continua em frente, desiste do tempo, desiste das pontes, nada e corre, sem perder mais que tudo, sem esquecer menos que nada, vai longe, corre, vai longe, não pares, percorre os sítios recônditos dos outros até encontrares aquele que te pertence.
Não pares até encontrares o fim do mar, o término do horizonte e a expansão dos corpos. Irias até lá se soubesses que não te irias encontrar?
Sentes, amas, vives de novo?
Irias mais longe se soubesses que não há fim? Se soubesses que vazio serias mais forte, quem sem ti serias mais?
Irias mais longe se soubesses que afinal te perdeste no início?
Sem pé II
Há nela um sossego irrequieto de quem não quer pensar, apenas fluir pelas manhas do tempo caindo nos interstícios uma e outra vez, roçando se vagarosamente no mundo, numa ataraxia fluida, uma espécie de paz, um toque de pranto, saber ser pela eternidade o que a eternidade souber que ela é.
Perdeu-se ali sem se aperceber, ainda há pouco reluzia no Tejo as imagens esvoaçantes do seu vestido em contraluz com um sol ja gasto pela tinta vermelha ocre da ponte que nos leva além margem. Sabia de si própria um estranho sentimento de quem corria contra algo ou para longe de alguém, uma brunirão espiritual que não lhe revirava os olhos, não lhe aquecia o espirito nem levantava mágoa, Sou saudade, disse e ninguém ouviu, Sou esperança, gritou e ninguém escutou, Sou o vazio da existência, e a existência desapareceu com ela.
Largou o que aí vinha sem esperar que algo viesse, turbilhou se no seu proprio corpo, tornando se um estranho espectro de escuridão, uma vagão de carvão prestes a carburar pelo fogos eternos do ser. Contudo, nada foi mais que uma pequena dose de sonho num pouco espaco de corpo, uma pequena luz brilhante saia dela pela pele, ninguém viu, apenas ela, somente os seus olhos vislumbravam, a luz do sol nasce em cada um, em cada noite, em cada segredo guardado.
Perdeu-se ali sem se aperceber, ainda há pouco reluzia no Tejo as imagens esvoaçantes do seu vestido em contraluz com um sol ja gasto pela tinta vermelha ocre da ponte que nos leva além margem. Sabia de si própria um estranho sentimento de quem corria contra algo ou para longe de alguém, uma brunirão espiritual que não lhe revirava os olhos, não lhe aquecia o espirito nem levantava mágoa, Sou saudade, disse e ninguém ouviu, Sou esperança, gritou e ninguém escutou, Sou o vazio da existência, e a existência desapareceu com ela.
Largou o que aí vinha sem esperar que algo viesse, turbilhou se no seu proprio corpo, tornando se um estranho espectro de escuridão, uma vagão de carvão prestes a carburar pelo fogos eternos do ser. Contudo, nada foi mais que uma pequena dose de sonho num pouco espaco de corpo, uma pequena luz brilhante saia dela pela pele, ninguém viu, apenas ela, somente os seus olhos vislumbravam, a luz do sol nasce em cada um, em cada noite, em cada segredo guardado.
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