Balelas (ou não) da Rua

Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Não sei que força me mantém

Hoje não houve transportes. Hoje o metropolitano não andou mas as pernas sim, duas léguas de nada, não sei por onde andei, nem que cordas queimei, um dia cinzento sem chuva, uma saudade tamanha dos dias que não vivi, está frio mas sigo, quero ir para casa, beber café quente e sonhos confortantes, a noite já aí vem.
Andei perdido, sabendo perfeitamente onde estava a cada instante, trouxe terra nos sapatos e não a tenho nas mãos, não a sinto nos dedos a percorrer aq carne madura, a queimar o solo molhado, não comprei amor onde o não vi, quero ir para casa, não esta para onde vou mas para aquela que ninguém conhece, quero voltar.
Há momentos em que tudo abate, o passo de bala reduz e o corpo reduz, não ergue, como se frio viesse de dentro, não sou memória, nem raíz, mas sim passo moribundo dos que não andam com razão, a noite sou só eu.
Não sei que força me mantém, só sei que andei sem me conseguir perder e parei sem me tentar achar.