Existem dias em que a respiração é mais pesada, onde aquele aperto que já não sentias te volta a abraçar, devagar, intenso, volto a ti e nunca é demasiado tempo. Por muito que se corra na estrada do tempo ainda te sinto aqui, ainda conheço o teu abraço sem toque, a tua mão na minha e, melhor, o teu silêncio a envolver o meu.
Liberta-me e deixa-me ir por aí. Não voltares é dares-me o vazio que preciso de não te ter, o espaço e vácuo para te conseguir sofrer e voltar a enchê-lo de saudade, de mim, não tua.
Pensava que era forte sabes, que ao longo da vida tinha conseguido erguer muros frágeis por aí, aqueles que nos guardam nas noites mais escuras, fortalezas de mim que me deixaram ficar só no meu silêncio, como eu devo estar.
Um dia disseste-me e até agora não me quis lembrar.
Tudo o que preciso está na minha terra, no meu ser, e por muito que me agarres sou eu que me seguro, eu que respiro, eu que sei onde posso ser.
Por isso, por mim, por tudo, quando me apetecer chorar, irei, sou apenas eu a ganhar um espaço para mim, em mim.