Quando soltar a voz no meio da escuridão, entrega por favor todas as palavras que guardaste minhas, todos os pequenos toques, de peito aberto e coração perdido vou sangrando. Quando abrir na gargante a força da crimeras, mesmo que não esteja certo, estou vivo, com o brilho dos olhos, espelhados, o tremor nas mãos, a segurança do ontem. Se chorar, sou homem do meu sorriso, sem espantos, sem espanto que tenha força para gritar, porque quando soltar a voz por favor entende, sou apenas eu a viver a só.
Sem espantos e sem silêncios, quando o sol acabar, soltarei a voz pelos ventos do amanhã, sem o preconceito do ontem, sem as amarras todas que o mundo fez, sem nada, despido de sensações e sentimentos, despido de tudo mesmo de ti.
Vejo outra vez o tremor das minhas mãos, perdendo a força do corpo, o sol molha o meu sorriso, as minhas lágrimas beijam levemente o chão como um abraço.Palavras por palavras arrancarei de mim a entrega, por garras e garras vou sangrando pelo tempo, nas lutas da vida que estou gritando.
De ti o nada. Tenho voz que baste para criar o silêncio.