Quebras como os silêncios, vivendo aquele instante triste num sufoco enormemente terreno, num labirinto sem saída, numa montanha sem fim. Montanhas... Erguem-se como os dias, hirtos perante o vento, fortes como os rios que abraçam nos seus veios, pujantes como as raízes das árvores que suportam, mil e uma vezes sem fim, mil e uma vezes sem princípio.
E tu...
O silêncio que trazes não é calado, é um suspiro dificil de suster, um bafo dificil de dar, um abraço que se teima em esconder... Montanhas que subsistem no tempo, sem barulho, sem gesto, sem medo de serem cada vez mais altas, sem orgulhos imensos ou terras completamente desbravadas, ficam, lutam, subsistem.
E tu...
Tudo o que precisamos é a esperança de um amanhã, de um dia mais claro, de um erguer mais fundo, mais forte, mais teu. Montanhas...
Tu ergues-te como o dia, como as montanhas, mil e uma vezes sem parar, sem suspirar, sem parar, sem medo, como todos os caminhos do mundo, como todos os horizontes sem fim, mil e uma vezes como nas histórias das crianças, nas fábulas elaboradas que tão sabes, com todos os sabores que conheces e todos os mais que ainda vais descobrir.
E tu... ergues-te como as montanhas que nunca se vergam.