Entre todas as distâncias a pior é aquela que não se sente, apenas com o passar dos anos sentimos aquele vazio a crescer, lapidando a alma, sentindo que nós poderíamos ter feito a diferença, podíamos ter estendido a mão, um simples abraço, um grande silêncio que só os verdadeiros amigos apreciam, e, contudo, deixamos o tempo passar, vazio pelas andanças da eternidade, andando circunscrito na sua vaidade, as desculpas de falta de tempo, os olás que já não se arrastam, as meras conversas de conveniência, Olá, Tudo Bem?, e por ai ficamos, sem saber o quando sentimos por dentro, sem conceber que este Olá deveria ser mais, deveria ter a voz que só nós sabemos ter, aquele toque mágico que se ganha com o passar dos anos, quer sejam muitos ou intensos, aqueles eram nossos.
Deixei a voz pender nos murmúrios, arrependo-me, como em tudo do que não faço, não o façamos.
A nossa voz, a nossa alma, transparece em cada sorriso, em cada momento,
"Põe tudo quanto és no mínimo que fazes".
Nunca é tarde enquanto houver tempo!...