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Estamos aonde nunca fomos, estamos onde muitas vezes não queremos, ensurdecedidos de silêncio, mergulhados num vasto mar de nos mesmos, sem ondas, calmos e perenes na vida oca de estar só, procurando simplesmente algo nosso que seja ainda nosso, mas nunca fora de mim, mas nunca a ver, sem sentir, a brisa leve de mim no meu cabelo, um emaranhado sem fim de mim em mim mesmo, confuso e tão profundamente lúcido, em quinas de tédio e chagas de diversão, emaranhado em fios de pensamento, pensar não dói, a dor é que nos faz pensar.
Somos pedaços, pequenos pedaços de lágrimas e sorrisos esvoaçados com o tempo e esmagados pela saudade.
Uma vez ouvi que somos excelentes naquilo que fazemos, e que tal se nos fizermos a nós mesmo, uma auto construção, uma auto-busca pelos cantos obscuros do nosso ser, seremos excelente em nós mesmos?, consiguiremos algo dia criar esse ideal de perfeição no ideal de imperfeição que é o ser humano. ´Metade do que somos é o que existe do que apresentamos'.
Irei sempre onde estiveres, serei sempre o ideal que criaste, estarei sempre em todos os abraços, caindo com todas as lágrimas, em cada dente do teu sorriso, em cada lábio de um beijo, em cada mão, em cada castanho dos olhos, em cada calçada, quer me vejas quer não, serei sempre a brisa de todos os nossos ventos, as ondas de todas as marés, os cheiros de todos os perfumes, quer me sintas quer não, nunca serei o que não sou, nunca direi o que não quero, nunca fingirei o que não sinto, quer concordes quer não, afinal buscamos sempre ser fieis a nós próprios, quer saibamos quem somos quer não.
A minha ausência pertence a todos os que a sentem, mesmo que eu nunca a sinta. As palavras pertencem a todos os que as queiram para elas, mesmo que eu as queira só minhas, possessas de raiva e vãs de desejo.
Não somos mais um, somos aquele uno, juntos, separados, apartados de dor ou juntos de riso, somos o que queremos criar, em épocas que quiseres sonhar em terras por descobrir e mares por navegar, somos nós, altivos e confiantes, baixos e curvos, mas somos nós.
Um dia irei descobrir o meu mar, um dia irei ser o meu sol, um dia serei água de todas as flores, um dia irei chorar todas as dores e rir de todos os pecados, um dia serei o criador para no seguinte o destruir, um dia,..., até esse dia chegar serei quem nunca fui, além do mais que quero ser. Medo?, não, Os defeitos nunca são maiores que nós, juntos. Receio?, não, Os defeitos nunca são maiores que nós, juntos. Arrependimento?, Os defeitos nunca são maiores que nós, juntos, não.
Somos de ninguém e pertencemos ao mundo.
Pertenço se quiseres mas serei sempre ninguém, quer sejas ou não...