Balelas (ou não) da Rua

Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Estrelas

 Se conseguisse abrir este corpo, da forma mais fria, com a faca mais cortante, olhasse por cada entranha e te procurasse, estarias nas veias que fazem o coração bater. A minha alma flui e voa pelo universo, percorrendo o espaço exíguo do vazio, pagando as minhas dívidas com o universo. Não sei de que é feito, sei que voa, estala no céu e não me sabe sentir, não se sabe sentir, sei que quer tentar voar e debruçar-se dos mares do céu mas não sabe sentir. Não significa que não sinta, que não se arrepie na pele perante o vazio do universo, que não se cale de medo ou fale de arrependimento. Falta-lhe o saber, saber de que é feita, o que significa o silêncio, o toque da voz, a ignorância infantil de dizer o que se quer.

Um dia saberá que é feita da poeira das estrelas, bastando para si saber isso. Tudo o resto é ruído do mundo esperando ter significado para quem o faz.