Enquanto o vento bate forte nos olhos, lavados em lágrimas, onde o tempo passa lento, rasgado como um ventre novo, sentimos aquele arrepio que só se sente longe, que só se sente ausente, que só se sente só. Podemos estar longe no tempo quando perdemos o momento de tornar eterna a vida num segundo. Podemos estar longe na distância, sabendo que as nossas lágrimas são uníssonas com as de quem nos quer. Perdemos a casa porque somos do mundo e ele não nos chega por ser grande demais, e ele não nos basta porque não o podemos agarrar, sentir, abraçar, tornar nosso aquele corpo, possuir de afectos até cessar o tempo.
Com um pouco de engenho podemos inventar formas de queimar a chama da saudade, latente, até que de novo nos vejamos.
Porque só quero que se retorne na memória que vos quero bem, que vos gosto, muito, sempre, meus.
Te voglio bene assai
Ma tanto tanto bene sai
Fica no sangue o peso de ser português e de não estar em casa em sítio algum que não o nosso, com quem queremos bem, com quem nos quer bem.
Sem comentários:
Enviar um comentário