Balelas (ou não) da Rua

Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Um lado

Demasiado alto nas montanhas, onde o sorriso se esconde nos arbustos do obscuro, onde não estamos prontos para ficar, onde parar é cair e o eclipse a noite, o não ver, o estar a cair aos poucos, cedendo em cada frincha um pouco de nós, um corte, mais profundo, ainda mais, as memórias afundam-se, o sangue escorre.
Lamentar, um lado só não lamenta, um olho só não vê, não aos deuses, nem aos mortais, compassadamente, numa ligeira brisa de quem se deixa levar, a noite treme, as memórias vão-se e não estamos prontos a subir, não ficamos por aqui, parar é cair, ficar é partir.
Enquanto não se voa e não se desiste, não se foge sem rasto, não se chora sem lágrima.
Não se fica, não se parte,

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