Há que largar a espada, deixar as armas cair num gesto de rendição, esquecer o que se passou e ver a chuva pelas portas já fechadas, dormir, e escolher olhar para o mar infinito, talvez por escolha, talvez pelo tempo que perdemos ao não ter tempo, deixar ir o que não tem nada para ficar e saber que alimentar o vazio só o faz crescer.
Quanto se precisa? Quanto basta? Não se corta e corre, não se larga e deixa, às vezes deixas-te ir com o vento, cego para ver e o dano está feito, não esperas, não calas, não, enches de nãos todos os sins possíveis, queimas-te por dentro, os olhos ardem e não vês o regresso inteiro de quem nunca mais irá voltar.
Não é tarde, simplesmente já não é tempo para ter mais, para ter simplesmente, da janela vemos o mar calmo, e no canto ficam os sonhos que escrevemos, ficam os espaços onde passamos e o meu corpo corre para um sossego escuro, Nunca é o fim, dou-te um último beijo no ombro, deixas-te ir e contra mim vais, uma última lágrima cai, um último sorriso nasce, Nunca acaba o que o fim não consegue terminar.
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