Nada mais há por transformar, expostos, desprotegido, vendo em cada um as suas fraquezas e os caminhos ainda não percorridos, sei que ´Longe, sei que faz frio, sabemos que não faria sentido de outra maneira, não seria o mesmo senão assim, esperamos que as ondas nos tragam e nos levem para outro lugar, não fales, senta-te e deixa fluir na margem da face o vento cortante que havia quando tudo começou.
Apenas deixemos ir juntos o que não criámos, desprendendo de cada um as pequenas coisas que nos unem, partilhando cada gesto de frustração num simples momento parado, num simples silêncio sentido, não fales e senta-te, o mundo está prestes a começar e não queremos que arranque sem isto.
Quando no dia a dia faltar a luz e o frio arregalar nos olhos as pequenas gotas de orvalho, só sei que ficamos enquanto se anda, que falamos quando o silêncio é maior e, que sentados, andamos mais longe que muitos outros que correm.
Não digas nada, já sabemos das palavras, nada mais há senão um gesto teu.
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