Balelas (ou não) da Rua

Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra

domingo, 3 de julho de 2016

Ido

Volta a noite com todas as estrelas, de todo o fogo que sai das tuas palavras eu deito o meu corpo sobre a chama incessante, finjo dormir, sei no entanto que me vês... tenho que me deitar... mas se eu quiser mesmo ir, se eu desejar tanto, só eu me culpo da distância, só de mim se separa o tempo.

Se for verdade o que as pessoas diz, que a escuridão aparece antes da luz, tenho que me deitar, se formos demasiado fracos para continuar, tenho que me deitar e deixar cair, perdendo tudo na queda, sentindo o vento nas costas, a cabeça a pesar, os braços a quebrar, e o universo inteiro a sugar-me para um novo espaço.

Se quiser mesmo o outro lado do ontem, basta ir e voltar de novo, basta fazer e deixar queimar, basta de bastar, para pior ou melhor... Porque do outro lado do ontem, para lá do esquecimento e da dor, do vazio e da névoa... deixo me cair...



Se quisermos mudar a página, apagamos o adeus e escrevemos de novo o que nunca conseguimos começar.

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