Balelas (ou não) da Rua

Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra

domingo, 3 de julho de 2016

Vidro ou o Holismo de coisa nenhuma

Os copos partem-se sabias? Basta um tilintar mais sedento de gravidade e tudo por dentro se corrói, vibrando as pequenas partículas atómicas que constituem o chamado todo (se é que existe algum todo em parte alguma). A verdade é que nunca há um vencedor quando um copo se parte, das mãos de uma criança inocente, de um grito alto de pânico, de um pequeno soluço de raiva, a inocência segue o movimento atómico a atravessa-se com ele pelo infinito, até não o haver jamais.

Eu não sei, logo não me pode magoar. Era tão bom que fosse verdade e não o é, não consigo deixar cair o copo e vê-lo quebrar, perder o jogo de propósito, fazer o sentido inteiro e deixá-lo cair, ver com um sorriso sádico ou um olhar inanimado o desmantelamento dos átomos, indo um a um no seu caminho distante, nunca mais se juntando.

Mesmo que um dia o copo se cole, os átomos nunca, as ligações intrínsecas da ciência não permitem que os atómos se voltem a encontrar na vida, mesmo que juntos, estão condenados a viver separados.

Seremos algum dia mais do que a soma das partes?
Porque um dia que me consigas colar acho que não mais voltarei a partir...

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