Balelas (ou não) da Rua

Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Sei

 Sei que por todo este caminho de terra batida existirão despedidas, adeus, alguns olás e olhares cruzados, sei que a terra se colocará sem timidez entre os dedos calejados dos pés, que a brisa soará firme no meu rosto, percorrendo a minha tez com a calma e subtileza das ondas. Sei que cada ausência de árvores que fogem da fé deixará uma ausência no caminho e mais sobre pelas rochas que jazem nas bordas da estrada, esperando viver ao lado delas por toda a sua vida.Sei que cada cruva traz uma reta exígua, cintilante no seu percurso, versando pelo meu corpo como tu, deixando-me dizer que sabe do caminho, que desconhece o destino. Saberá do choro das ausência e da lágrima das lembranças, da volta do destino apagado nos olhos, do vazio inerte das mãos pálidas e sofridas, eternas desventuras do mundo esperando viver ao lado de si mesmas por todo este percurso.

Fico. Sei. Choro. Ausente. E volto à mesma volta que escrevo na terra, já aqui estive, aqui já não estou, eternamente saberei reconhecer que o saber é nulo, por toda a minha vida...

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