Balelas (ou não) da Rua

Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Urgente!


É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Eugénio d'Andrade

É urgente partir para onde alguém nunca foi, colonizar o que alguém nunca pisou.
Ou seja, é urgente o criar e o ser criador.
Porque o Maior Deus está à distância de um espelho, só nos falta conseguir olhar.
Nascemos, Criamos e Morremos ao criarmos o nada que tudo engloba e partimos como o vento...

Vamos como o vento sem saber de onde e desconhecendo a imensidão da nada que
tacteamos ao passar discretamente pelo mar aventuroso da existência anulada.

Que nem deidades exiladas percorremos e somos percorridos, umas vezes por nada,

outras por tudo, outras apenas pelo molde marcado pela ausência do tudo que ousávamos nosso.

Partir é morrer. Chegar é renascer.
Renascer para a vida que a morte não tarda.

Sem comentários:

Enviar um comentário