Balelas (ou não) da Rua

Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Fogo

Crepita lentamente na lareira, sem som, sem voz, sem o mínimo traço de humanidade que lhe caibam naqueles braços abraçados, naquela voz doce e no toque marcante que tem em nós. Dança, suave, atraindo qualquer um para si, num chamamento de ninfas além vida que nos levam à ternura da essência.
Arde como outra coisa qualquer. Calma, crepitante, com um toque de mágica. Nesta pequena luz, desta pequena lareira, está o segredo do mundo.
O fogo deu vida, o fogo deu luz, o fogo é a glória de quem pensa além de sua janela.
O fogo é alma, é vida, é roda de algo superior a esta gente.

Como tudo, como todos, engana. Quando o quiseres tocar, queima-te e avisa, eterno visitante da verdade do mundo, assiste no teu canto, que ao homem não lhe cabe o fogo.

Enquanto nos sentirmos tentados a tocar estamos tentados a viver, a ser mais que alguma vez sonhámos ser.

Sem comentários:

Enviar um comentário