Balelas (ou não) da Rua

Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Civilização

A cidade tem pântanos que não se vêem, em algumas esquinas onde pautam cafés residem fumacentas pessoas, Não obrigado, passe bem, e pela distância tecemos obsessivamente a necessidade de estar só, desligar o carro e correr descalço, viver do ar que temos e faltar à vida, transcendendo tudo e todos, a senhora do café e o rapaz da portagem, não preciso deles. O rapaz amarelo e desgrenhado estende a mão e convida a sair, a ir para longe, rápido e doente, nas nossas maneiras desligamos o motor do carro, os criados tornam-se indisciplinados.
Viver na cidade é ter-se pautado na miséria da mente os versículos viscosos e ardilentos que deus ou alguém aqui perdeu, esboçou neste pântano as maiores idiossincrasias, não viveriam em outro lugar, vendo este espectáculo há que agradecer quando estamos sós e na distância dos outros, faltando à vida dos outros, é cumprida na nossa o desejo de ser sede.

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