Balelas (ou não) da Rua

Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A Ponte

Estamos em lados opostos do mesmo adeus, em distâncias longínquas de um mesmo caminho, cruzado, surdo, em silêncio. Na ponte nada se passa senão o mar, senão o tempo e toda a margem que nos chama para perto. A minha e a tua. Cada passo pesa no corpo, movemos ilhas de gente cada vez que, com uma respiração mais profunda, nos distanciamos um do outro, mais perto da nossa margem...
Preciso que desenhes em gestos o que pintas em imagens.
Preciso que grites com actos o que fazes com as palavras.
Devíamos ter apertado as mãos sempre que víamos o mar, esperando que com o sol se pusesse de vez a distância e este caminho de voltar não fosse de passos mas de silêncios, aqueles nossos, onde os olhos se tocam no horizonte próximo e nos regamos com sorrisos.
Mais perto da margem, mais longe de nós.

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