Por onde vais correr, ao longo de quantos dias, corres às rochas e prendes-me ao porto, corres ao mar e deixas o mar ao sul, nada se fica, nada se prende, quando o perigo vem, quando a madrugada é suja, o que se passa?, ninguém sabe, cala e finge, eu corri para o rio que sangrava até ao mar, num único suspiro de vida, num único bafo de morte, onde a terra se esbate nos seus contornos lentos, nas suas farpas suaves, aqui não se esconde deus, aqui não se mata ninguém. Deus manda-nos ao diabo quando sabe que ficamos sem caminho, e choramos poder. Poder. Poder. O que se passa?
No fim da torrente, no ponto último das chamas, soam sinos de longe, nascem fontes de perto, nada mais se cria, nada mais se transforma, surge apenas uma estagnação última da miséria humana, um grito primário de quem vem de longe e matou em todas as guerras, aqueles que pedem perdão sem o querer, e os que amam demais sem o saber, a ignorância é a primazia
infernal dos pecados da carne, e o espírito último da cura dos corpos.
Que dizer em manifesto? Que se manifesta que "o sentido único das coisas, é elas não terem sentido único nenhum".
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