Balelas (ou não) da Rua

Nem tanto ao Mar, nem tanto à Terra

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Fatalismo Muçulmano II - Grito (_ _)



Silêncio!

Somos todos um eco de um grito outrora nosso. Somos todos criadores do nada e desenhadores de tudo.

"Queres ver? Então vê, que já estás a olhar"
A maior criação humana é a solidão inexpressa, a solidão verdadeiramente solitária, a que envolve em loucuras de hirto as paredes da alma, o epitélio da cognição e as visceras do sentimento.
Enchamos de lágrimas o charco do nada, o céu deve sentir primeiro as lágrimas que a nossa própria pele.
Falta o mundo, falta tu, falto eu, faltamos todos, falta o sol, a estrela, o mundo, o saber quem se é.
Não se chora agora... Vive-se.
Não se lamenta, ou ignora ou age.

Ser português é ser isto, saudosista, fatalista na solidão... mas quando chega o momento descobrimos o mundo numa jangada de pedra, desbravamos cidades e serras até o momento em que nos olhamos no espelho e dizemos Ecce Homo.
Aí nascemos com o espasmo existancial! Aí criamos...Nem que seja o vazio da inocência ou a totalidade do nada.

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