Saímos de 2010 com saudades de um leque de personalidades que deixam um espaço vazio na Cultura e na Sociedade. Muitos deles são exemplos de vida e inspirações.
Este ano deixaram-nos:
A morte conhece tudo a nosso respeito, e talvez por isso seja triste.
O acaso não escolhe, propõe
Matilde Rosa Araújo
Menina dos olhos doces
adormece ao meu cantar:
Tenho menina de trapos,
Tenho uma voz de luar...
Os meus braços são a lua
quando ela é quarto crescente:
dorme menina de trapos,
meu pedacinho de gente.
Rosa Lobato Faria
Se eu morrer de manhã
abre a janela devagar
e olha com rigor o dia que não tenho.
Não me lamentes. Eu não me entristeço:
ter tido a noite é mais do que mereço
se nem conheço a noite de que venho.
Deixa entrar pela casa um pouco de ar
e um pedaço de céu
- o único que sei.
Talvez um pássaro me estenda a asa
que não saber voar
foi sempre a minha lei.
Não busques o meu hálito no espelho.
Não chames o meu nome que eu não venho
e do mistério nada te direi.
Diz que não estou se alguém bater à porta.
Deixa que eu faça o meu papel de morta
pois não estar é da morte quanto sei."
A morte nada é.
Eu apenas estou do outro lado
Eu sou eu, tu és tu.
Aquilo que éramos um para o outro
Continuamos a ser.
Chama-me como sempre me chamaste.
Fala-me como sempre me falaste.
Não mudes o tom da tua voz,
Nem faças um ar solene ou triste.
Continua a rir daquilo que juntos nos fazia rir.
Brinca, sorri, pensa em mim,
Reza por mim.
Que o meu nome seja pronunciado em casa
Como sempre foi;
Sem qualquer ênfase,
Sem qualquer sombra.
A vida significa o que sempre significou.
Ela é aquilo que sempre foi.
O ‘fio’ não foi cortado.
Porque é que eu, estando longe do teu olhar,
Estaria longe do teu pensamento?
Espero-te, não estou muito longe,
Somente do outro lado do caminho.
Como vês, tudo está bem.
Maria Dulce
Mariana Rey Monteiro
Virgílio Teixeira
António Feio
"Não deixem nada por dizer, nada por fazer"
Ernâni Lopes
Carlos Bettencourt Resende
Carlos Pinto Coelho
Com Saudade ficam estes nomes que servem de inspiração para todos nós
"Morrer é apenas não ser visto. Morrer é a curva da estrada." Fernando Pessoa
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